Vivemos numa era em que a globalização, as novas tecnologias e a internet deram ainda mais voz (e poder) às pessoas. Também contribuíram para que a velocidade e a quantidade de informações aumentassem significativamente. Mais pessoas, mais informações. Apesar disso, ainda predomina no mundo real a tradicional queixa: “foi falta de comunicação”. Por quê?
Primeiramente porque comunicação não se resume a simples transferência de informações. Depois, porque a enorme quantidade de informações torna mais difícil as escolhas sobre o que prestar atenção. E ainda, na mesma proporção que aumentaram o envio e as publicações, diminuiu o diálogo, que pode aprofundar questões. Além disso, estamos mais distantes uns dos outros. Apesar das tecnologias aproximarem quem está longe, elas também contribuíram para afastar quem está perto. (Bem, a tecnologia não é a única responsável por estarmos tão separados uns dos outros). Neste cenário turbulento, onde as pessoas alegam com frequência que não têm tempo, conseguir captar a atenção de alguém, tornar algo compreensível e engajar, se tornaram valiosos.
Acredito que um dos grandes desafios nas organizações é resgatar as conversas que realmente importam. E esse papel está principalmente (mas não unicamente) na missão dos líderes. A comunicação face a face estruturada, também chamada de comunicação direta, foi e continua sendo um importante passo nas empresas para reconectar a liderança com seus times. Mas é preciso ir além. Há várias metodologias e formas de reativar a conversa, de forma menos hierárquica e mais profunda. Um círculo com pessoas mais perguntas significativas nos dá a possibilidade de acessar a inteligência coletiva e fazer emergir soluções criativas para os desafios de hoje. O convite do mundo atual é para mudarmos a forma como nos comunicamos, ouvindo com atenção, falando com intenção, conseguindo engajar, encorajar e elevar o nível de compreensão. Sob este prisma, penso que criar espaços para conversas significativas na empresa, na comunidade e até mesmo na família pode unir mentes e corações e fazer emergir o novo. Pode nos tornar mais próximos, e isto apenas, já seria suficiente.
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