Agora entendi um pouco mais o quanto meus pais me prepararam para o mundo. E também o sofrimento cada vez que eu anunciava que ia viajar. Aos 17 com amigas para São Paulo. Aos 21 de ônibus para o nordeste. Aos 28 para a Europa e assim por diante. Minha mãe parecia sofrer menos. Mas meu pai!!!! Arranjava muitas histórias para me desestimular a ir, as quais eu ouvia, mas não escutava.
Minha compreensão ficou maior após escutar Alexandre Coimbra Amaral explicar num programa de TV.
“Toda mãe é um pouco raiz e um pouco asa”, disse Alexandre num programa de TV, onde as mães falavam da dor quando um filho anuncia que vai viajar ou sair de casa. Disse ele: O que eu faço com meu coração quando meu filho quer colocar asas nas costas maior do que eu dou conta de dar? A maternidade é o tempo inteiro essa sensação de que o filho está indo para o mundo. Quando ele sai do útero e ele está indo para o mundo. Quando ele deixa de mamar perde a conexão com o peito, quando ele vai para a escola…E assim por diante. Tem que ir se acostumando porque eles vão e eles voltam”
E quando o filho tem coragem para ir, Alexandre diz que isso é um certificado de amor que eles estão dando aos pais. “Você me preparou tanto para o mundo que eu estou me sentindo livre para descobri-lo”.
E agora posso agradecer ainda mais meus pais, que me prepararam para descobrir o mundo. Ele era tão livre quanto eu. Ela continua sendo<3.
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